Allport foi um dos primeiros a
dedicar-se ao estudo do preconceito em Psicologia Social. Para ele, preconceito
define-se como “uma atitude evitativa ou hostil contra uma pessoa que pertence
a um grupo simplesmente porque ela pertence àquele grupo”.
Se o ser humano, por si só, já é um
“avarento cognitivo”, pois tenta, ao máximo, simplificar e organizar os seus
pensamentos sociais imagine o que acontece com as pessoas preconceituosas que
visualizam o mundo através de lentes rígidas, reforçando os seus pensamentos
equivocados, estereotipados, preconceituosos e discriminatórios em função do
medo que sentem em relação aos grupos sociais não semelhantes ao seu.
Nas palavras de Weber, o preconceito é
um conceito formado antecipadamente, uma opinião constituída sem reflexão, sem
fundamento razoável e sem base. Segundo ele, a própria sociedade cria
preconceitos contra os indivíduos estigmatizados e influencia na exclusão dos
diferentes como uma forma de reafirmar a normalidade social, concluindo que, na
realidade, todos os atos preconceituosos, conscientes ou não, demonstram o medo
do diferente, do outro que não reflete a imagem, ilusória, de uma sociedade
perfeita.
Atualmente, há inúmeros movimentos
para a inibição da discriminação, para a diminuição da desigualdade social e,
também, para a manutenção do bem-estar social e psicológico das pessoas que
sofrem com o preconceito. Porém, isso não tem diminuído, significativamente, as
diversas formas como as ações preconceituosas vêm manifestando-se socialmente:
sutis e camufladas.
Essa forma contemporânea de
discriminação, por ser mascarada, é muito eficiente na manutenção do
comportamento preconceituoso e extremamente difícil de ser encerrado.
Há vários grupos minoritários alvos de
preconceito, como: os gordinhos, os dentuços, os orelhudos, os negros, os
idosos e os homossexuais.
De todos os grupos citados, o dos
homossexuais, sem dúvida, é o mais discriminado no Brasil. A mídia divulga,
freqüentemente, notícias que revelam atos de extrema violência contra
homossexuais ou, até mesmo, de assassinatos de gays com a justificativa de que
eles representam uma ameaça à sociedade.
É uma vergonha ver o nosso País no
topo do ranking mundial de
assassinatos de homossexuais e conhecer jovens que acreditam que atos como a
pichação e a destruição do patrimônio público são mais graves e condenáveis que
a discriminação contra homossexuais.
Está na hora de evoluirmos moral,
social e espiritualmente. Não se esqueçam de que são as diferenças que
movimentam o mundo. É em decorrência da diferença humana que nos relacionamos
uns com os outros e é por causa dessas relações que vivemos neste mundo.
Priscila Venâncio da Rocha
Psicóloga
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