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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

VOCÊ TEM MEDO DO DIFERENTE?


Allport foi um dos primeiros a dedicar-se ao estudo do preconceito em Psicologia Social. Para ele, preconceito define-se como “uma atitude evitativa ou hostil contra uma pessoa que pertence a um grupo simplesmente porque ela pertence àquele grupo”.

Se o ser humano, por si só, já é um “avarento cognitivo”, pois tenta, ao máximo, simplificar e organizar os seus pensamentos sociais imagine o que acontece com as pessoas preconceituosas que visualizam o mundo através de lentes rígidas, reforçando os seus pensamentos equivocados, estereotipados, preconceituosos e discriminatórios em função do medo que sentem em relação aos grupos sociais não semelhantes ao seu.

Nas palavras de Weber, o preconceito é um conceito formado antecipadamente, uma opinião constituída sem reflexão, sem fundamento razoável e sem base. Segundo ele, a própria sociedade cria preconceitos contra os indivíduos estigmatizados e influencia na exclusão dos diferentes como uma forma de reafirmar a normalidade social, concluindo que, na realidade, todos os atos preconceituosos, conscientes ou não, demonstram o medo do diferente, do outro que não reflete a imagem, ilusória, de uma sociedade perfeita.

Atualmente, há inúmeros movimentos para a inibição da discriminação, para a diminuição da desigualdade social e, também, para a manutenção do bem-estar social e psicológico das pessoas que sofrem com o preconceito. Porém, isso não tem diminuído, significativamente, as diversas formas como as ações preconceituosas vêm manifestando-se socialmente: sutis e camufladas.

Essa forma contemporânea de discriminação, por ser mascarada, é muito eficiente na manutenção do comportamento preconceituoso e extremamente difícil de ser encerrado.

Há vários grupos minoritários alvos de preconceito, como: os gordinhos, os dentuços, os orelhudos, os negros, os idosos e os homossexuais.

De todos os grupos citados, o dos homossexuais, sem dúvida, é o mais discriminado no Brasil. A mídia divulga, freqüentemente, notícias que revelam atos de extrema violência contra homossexuais ou, até mesmo, de assassinatos de gays com a justificativa de que eles representam uma ameaça à sociedade.

É uma vergonha ver o nosso País no topo do ranking mundial de assassinatos de homossexuais e conhecer jovens que acreditam que atos como a pichação e a destruição do patrimônio público são mais graves e condenáveis que a discriminação contra homossexuais.
          
          Está na hora de evoluirmos moral, social e espiritualmente. Não se esqueçam de que são as diferenças que movimentam o mundo. É em decorrência da diferença humana que nos relacionamos uns com os outros e é por causa dessas relações que vivemos neste mundo.

Priscila Venâncio da Rocha
Psicóloga




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