Páginas

segunda-feira, 29 de abril de 2013

De 'barracos' a superexposição, web mudou o comportamento humano

Você está em um restaurante maravilhoso e pediu o prato mais suculento do cardápio. Quando ele chega, saca o smartphone, fotografa a iguaria e imediatamente compartilha em redes sociais diversas esperando pelas "curtidas" dos amigos.

  • Hoje, as redes sociais influenciam das relações amorosas e entre amigos às escolhas profissionais; das maneiras de estudar para uma prova às formas de reivindicar direitos; da produção acadêmica à exibição artística. E, claro, principalmente, na forma de se comunicar. As mídias sociais são tão importantes que acabaram motivando o surgimento de profissionais especializados em prestar consultoria sobre elas.

    Um deles é o jornalista Alexandre Inagaki, 39, que é consultor em comunicação e marketing digital e mantém o blog "Pensar Enlouquece" há dez anos. Ele resume: "São como mesas de bar virtuais onipresentes, nas quais qualquer um pode, a qualquer momento, puxar uma cadeira e participar dos papos que estão rolando.

    Neste "happy hour", que dura 24 horas por dia, todos os aspectos da vida estão presentes. E você pode trocar ideias sobre os mais diferentes assuntos, paquerar, desabafar, fazer novas amizades, incrementar sua rede de contatos profissionais ou simplesmente ficar falando abobrinhas". 


    Fla-Flu virtual


    Falar abobrinhas é, por sinal, uma das maiores diferenças entre o comportamento das pessoas online e o que elas costumam adotar na vida offline. Augusto de Franco, um dos criadores da Escola-de-Redes, consultor e teórico das redes sociais explica como isso acontece: "As pessoas têm atitudes diferentes diante de mídias diferentes. Escrevendo, você se coloca de um jeito diferente -por exemplo, tem coragem de dizer o que não diria ao telefone".

    Uma das características mais marcantes da forma de se comunicar nas redes sociais é a exaltação. "Boa parte dos usuários de redes sociais costuma deixar o superego (consciência moral) de lado, especialmente quando emitem opiniões e debatem, de forma raramente ponderada, assuntos ligados a futebol, religião, política e 'BBB'. É por isso que se costuma dizer que, em sites como Twitter e Facebook, todo embate de ideias vira um Fla-Flu de opiniões acaloradas", diz Alexandre Inagaki.

    O anonimato ajuda a tornar os espaços virtuais nesses "territórios sem lei", nas palavras de Bianca Furtado, especialista em marketing digital com ênfase em mídias sociais. "Mas hoje os próprios usuários das redes rejeitam quem faz algo que não esteja de acordo com os termos de uso e certas normas de convivência em geral".


    "Bigbrotherização"


    Outra característica muito marcante das redes é a vontade de compartilhar tudo o tempo todo. Inagaki atribui isso a dois fatores: à carência e ao fato de as fronteiras entre o online e o offline estarem cada vez mais dissipadas. "Nesse comportamento há uma certa 'bigbrotherização' de nossas vidas", diz. O jornalista explica que, ao publicar um conteúdo, você espera que outras pessoas curtam, compartilhem, comentem a sua postagem. "E quanto mais coisas você posta em redes sociais, maior é a possibilidade de que você ganhe mais amigos e seguidores, aumentando seu status online", conclui.

    Bianca lembra que o uso arraigado de smartphones é fator essencial nessa divulgação detalhada. "As pessoas conseguem ter informações e notícias de forma dinâmica, pessoas comuns são alçadas a "celebridades", alguns "memes" são criados nas redes e acabam nas rodinhas de amigos".

    Espelho, espelho meu


    Outro comportamento comum nas redes sociais é a autopropaganda. Cada usuário aprende logo a selecionar as informações que prefere transmitir ao mundo. O resultado é que as pessoas sempre parecem mais felizes, ricas, satisfeitas e bem dispostas no mundo virtual. "Em vez de "instagramarem" café da manhã com pão requentado, preferem exibir para seus seguidores fotos da viagem que fizeram ao exterior ou do jantar no restaurante da moda", afirma Alexandre.

    Mas, para ele, esse comportamento mais exacerbado ou exibicionista nada mais é do que uma "lente de aumento da vida offline". "Todas as qualidades e defeitos da sociedade aparecem de forma mais nítida nas redes sociais. Uma pessoa pode até tentar escamotear seus defeitos, como alguém que se produz todo para um primeiro encontro ou uma festa, mas, mais cedo ou mais tarde, eles aparecem".

    Os relacionamentos


    O relacionamento entre as pessoas foi o mais atingido pelo advento das redes sociais, na opinião de todos os especialistas consultados por UOL ComportamentoSegundo Augusto de Franco, "Elas proporcionam uma ampliação dos contatos como jamais se viu antes". Em  consequência, aumentaram os graus de liberdade e de cooperação entre pessoas que antes nem se conheciam.

    A maior vantagem é o encurtamento de distâncias (com ajuda da webcam, microfone e mensagens instantâneas) entre pessoas com o mesmo gosto ou senso de humor, por exemplo.

    Claro que, por isso, também acabam ampliando as possibilidades de namoro. Alexandre Inagaki defende que a possibilidade de pesquisar sobre a vida e os gostos do pretendente antes da aproximação inicial ajuda muito na abordagem. Mas a web também pode causar transtornos, diz ele, por fomentar o ciúme.


    Relações de trabalho


    Antes de contratar alguém para um posto, os recrutadores das empresas já verificam o perfil da pessoa na internet, tanto em redes profissionais, como o LinkedIn, quanto nas pessoais, como o Facebook, Twitter, Orkut. Os contratantes querem saber se a pessoa tem uma postura condizente com o cargo a que almeja, se consegue se articular bem e de modo original, se compartilha conteúdos interessantes e os contatos em comum que possuem.

    "Algo que todo profissional deve ter em mente é que tudo que ele posta em redes sociais pode ser usado contra ele. Erros de português, críticas feitas a chefes e empresas em que trabalham ou trabalharam e comentários preconceituosos são atitudes que certamente atrapalharão as aspirações profissionais de uma pessoa", diz Alexandre.

    AJA BEM NA REDE

    Por serem importantes em tantas áreas da vida, é preciso saber usar bem as redes sociais. Por isso, guarde as seguintes dicas:

    - Não conte mentiras na internet;

    - Tenha cuidado com a linguagem que você usa e preocupe-se em escrever corretamente;

    - Evite expor demais a vida por meio de fotos ou detalhes dos lugares que frequenta;

    - Mantenha a privacidade de posts em redes sociais pessoais;

    - Tenha postura profissional em redes profissionais;

    - Mantenha contato com quem se conhece ou ao menos tem amigos e interesses em comum;

    - Não faça online o que não faria na vida offline, como xingar pessoas por discordar de suas ideias, exibir fotos de animais atropelados, se expor nu etc.;

    - Não use as redes sociais depois de ter bebido.


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Perda esporádica da ereção é normal?

A sexualidade exige dedicação, criatividade, iniciativa e expressa a intensidade dos sentimentos de uma relação, diz especialista em terapia sexual.


Mesmo um casal apaixonado que se ama intensamente, em seu melhor momento, pode ter uma frustração sexual, por motivos, às vezes, os mais simples e descabidos. 

E neste momento, quando são compreendidos e apoiados pelo outro, principalmente quando a situação é levada com bom humor, não haverá sequelas, mas uma vida sexual normal. 

Ou podem, pelo efeito psicológico, repetir a perda da ereção ou a perda de desejo, o que irá comprometer a resposta sexual. Nestes casos, a terapia sexual tem ótimo resultado. É uma pena que as pessoas, por temor e vergonha, passem anos até se decidir pelo tratamento. 

Os motivos para os homens vão desde o temor de desempenho, mais frequentes em novos relacionamentos, frustação da expectativa, ambientes e tempo inadequados, odores desagradáveis de urina ou corrimento, e mesmo a bebida alcoólica em excesso. 

Para as mulheres, os fatores são diferentes, mesmo porque elas conseguem ter uma relação sexual sem desejo algum, embora de forma desagradável, devido à falta de lubrificação, que causa desconforto e dor. Os fatores vão desde mágoas e sentimentos mal resolvidos, falta de estímulo e intimidade (é comum os homens apenas tocarem mamas e vulva), temores de doenças e gravidez, receio de desagradar o outro se pedir o uso de preservativo, temor de não agradar ou simplesmente diferença de frequência sexual. 

A falta de iniciativa sexual é comum entre as mulheres e leva à gradativa perda da qualidade e rotina, visto que só cabe ao outro a iniciativa e a criatividade da relação, privando o parceiro do prazer de ser desejado e estimulado. 

E a falta de desejo sexual leva à consequente redução do afeto e do carinho, ao distanciamento do casal, com as frequentes interpretações viciosas, tais como: ''ele não me deseja mais'', ''estou feia'', ''ela deve ter outro''. 

A sexualidade exige dedicação, criatividade, iniciativa e expressa a intensidade dos sentimentos de uma relação. 

Mitos e Verdades 

- Mito: o homem não pode perder o desejo ou a ereção nunca. 

- Verdade: a perda esporádica do desejo ou da ereção é normal e pode acontecer por motivos muito simples. 

Maurilio Jorge Maina, ginecologista e especialista em terapia sexual

Sexo e Comportamento - Folha de Londrina

quinta-feira, 11 de abril de 2013

AMOR A DISTÂNCIA É POSSÍVEL, MAS EXIGE MUITA FANTASIA E CONFIANÇA



Quem não consegue sonhar e acreditar pra valer na sinceridade do ser amado, quando está longe sucumbe logo tanto ao ciúme quanto ao sofrimento. Só podem conviver com o afastamento aqueles que se entregam de corpo e alma aos bons momentos juntos, ainda que muitas vezes sejam poucos, e aprendem a viver com prazer os intervalos entre eles.


Eles se conheceram por meio de um site de relacionamento e, apesar da distância entre as cidades - ou países - em que vivem, começaram a namorar. Ou não. Já namoravam, quando apareceu aquela proposta irrecusável de trabalho e um dos dois mudou-se para longe. Pode parecer impossível que relações como essas possam sobreviver, mas muitas vezes sobrevivem - e até crescem na distância. Como? O telefone é o maior aliado dos casais afastados pelas circunstâncias. Não há nada mais gostoso do que, à noite, na cama, conversar muito tempo sobre o que cada um fez, lembrar do último encontro, trocar confidências e fantasias eróticas, falar sobre a saudade. Os mais moderninhos podem até usar as câmeras do computador para se ver reciprocamente. Trocar e-mails também pode ser excitante. E cartas. São gestos de carinho que alegram o parceiro e dão alento à união. Sem falar que há também MSN, Facebook e outros recursos que permitem mandar e receber mensagens ao vivo, de maneira sincronizada, sem ter de esperar muito pela resposta. São verdadeiras conversas virtuais.
A saudade, no fim das contas, funciona como afrodisíaco. A espera pelo dia do próximo encontro torna-se absolutamente excitante. Na véspera, os dois já começam a se preparar, pois querem dar o melhor de si, mostrar atenção, dedicação. Afinal, nada é demais para quem se vê pouco. Cada minuto deve ser vivido intensamente. O sabor é sempre de recomeço, não há rotina, nem cobranças.
Tudo isso alimenta a relação, mas o que conta, mesmo, para que ela se mantenha viva, é a confiança. Um não vê o que o outro anda fazendo, mas precisa confiar. Esse é um bom teste para o futuro. E tem de haver também um projeto, planos para serem realizados a dois. Se não houver, e se a separação for muito longa, é maior o risco de a relação terminar, pois quem garante que um ou outro não se envolverá com alguém mais disponível?
Pessoas muito racionais ou imediatistas têm mais dificuldade para viver um amor assim. Ele exige a capacidade de fantasiar, de sonhar, de acreditar nas ilusões. Exige também força, para aguentar as frustrações, a saudade. Quem experimenta um envolvimento como esse fica dividido. Quando está junto de seu amor vive para ele, sente-se íntimo, acha tudo perfeito! O desejo sempre é forte, o carinho e as conversas não têm fim, os compromissos ficam para depois. Mas com a separação a vida volta ao normal e toda a intimidade parece evaporar! Há uma sensação de vazio, de perda, em cada afastamento, e daí a pessoa começa a viver de saudades e de lembranças, precisa aprender a ficar só e a tirar prazer também da solidão. Se não há segurança, o ciúme toma conta. As fantasias, em vez de serem boas, ganham sabor de perda e traição. O sofrimento torna-se maior do que a alegria dos encontros.
Quem entra num relacionamento a distância não pode se esquecer de que são dois os envolvidos e que o outro também tem de seguir seu caminho, sua viagem pessoal. Se for possível acompanhar, ótimo. Se não, melhor cair fora. Aqueles que dão conta do recado, porém, vivem uma experiência muito interessante, de desapego, de liberdade, de confiança. Como diz o poeta gaúcho Mário Quintana (1906-1994), "tudo vale a pena se a alma não é pequena!"

segunda-feira, 1 de abril de 2013

AS MENTIRAS NO RELACIONAMENTO

Como hoje é o dia da mentira, que tal falarmos sobre as pequenas mentiras que vamos contando no dia a dia para nosso (a) companheiro (a) ? 

Analisando e refletindo sobre inúmeros relacionamentos, e como o ser humano possui a capacidade de alterar algum acontecimento, resolvi me aprofundar um pouco mais no assunto.

A mentira nada mais é quando alguém diz algo que seja falso, e claro, com o objetivo do outro acreditar. Mas não é apenas dizer algo que não seja verdadeiro, pois uma pessoa pode dizer sem saber que não é verdade, ou seja, só é considerado mentiroso aquela pessoa que sabe que não é verdade aquilo que está contando, e mesmo assim passa aquela informação ao outro.

Conversando com algumas pessoas, estas incluem a omissão como sendo uma forma de mentir. A omissão não é considerada uma mentira, pois omitir significa não falar nada, a não ser que alguém pergunte e a pessoa que estiver sendo questionada faz gestos que induzem a outra pessoa a acreditar naquilo que não é verdade.

O que acontece, é que tanto a mentira como a omissão possuem a mesma consequência: a falta de confiança.

É muito comum nos relacionamentos encontrarmos casais que no dia a dia acabam modificando alguma coisa que já aconteceu, ou que irá acontecer. Mas estes casais não param para pensar o quanto estes comportamentos podem atrapalhar no relacionamento.

Mentiras que uma pessoa pode considerar sem importância, para a outra pode ter uma importância mais elevada, gerando problemas bem maiores do que se a pessoa que mentiu tivesse enfrentado a verdade. Muitos fogem da verdade, mas é através dela que a confiança é construída.

Pequenas mentiras são aquelas que a pessoa não considera grave a ponto de gerar uma briga grande ou até de terminar o relacionamento, mas mentem por algum motivo, seja pelo casal não ter uma comunicação de qualidade no dia a dia, por medo da reação do outro, desse outro desaprová-lo, por receio de gerar alguma discussão, enfim, resumindo a maioria das vezes a mentira no relacionamento se baseia no medo de gerar conflitos. 

A mentira sempre tem um antecedente, mas nem sempre este antecedente vem do outro, ele pode vir da própria pessoa que mente. 

Antecedentes que partem do outro, seriam aqueles comportamentos que o mentiroso não gostou que o outro teve, portanto mente para não acontecer novamente. E os antecedentes do próprio mentiroso são inúmeros, pois dependerá da história de vida dessa pessoa, do aprendizado, e do contexto em que está inserido no momento. Mas vale ressaltar que ambos são errados, e atrapalham muito o relacionamento.

A pessoa aprende a mentir, e a partir do momento que ela percebe que mentir faz ela se esquivar dos problemas, a mentira vai se tornando presente cada vez mais na vida dela, e quando o outro percebe, pode gerar consequências muito ruins, como a falta de confiança, que é algo essencial para um relacionamento saudável. 

Resumindo: pequenas mentiras frequentes podem gerar grandes mentiras no futuro.

A pessoa que mente deixa o outro se sentir inseguro, e uma pessoa insegura dentro do relacionamento é capaz de se sentir muito mal, a ponto de colocar um ponto final nesta relação, ou de trazer muito mais conflitos que poderiam ser evitados com a verdade. Saber enfrentar a verdade é um desafio para a busca da felicidade do casal.

A pessoa que descobre que o outro mentiu, seja mínima esta mentira, já poderá deixá-la preocupada que outras mentiras virão, mesmo não acontecendo. Mentiras destroem a confiança, e a desconfiança destrói o relacionamento. 

A pessoa mentirosa também se sentirá mal, pois não será levada a sério, mesmo quando falar a verdade.

Mesmo um casal perdendo a confiança um pelo outro, é possível resgata-la, mas sempre com a  verdade. 

Assumir as consequências de algo errado faz a pessoa ser mais digna a ponto do outro reconhecer. Portanto, ao invés de mentir ou esconder, ainda a conversa verdadeira é a melhor aliada para uma convivência sem problemas.

E caso você não consiga parar de mentir, busque ajuda de um psicólogo!

Psi. Adriana Visioli