Hoje resolvi escrever sobre mudanças. Não mudanças de casa,
mas mudança de pensamento, de comportamento, de atitude...
Começamos a aprender desde o momento em que nascemos.
Aprendemos a nos comunicar através de gestos e do choro, aprendemos que se
chorarmos podemos ganhar o que queremos, aprendemos a engatinhar, a andar, a
falar, a ter limites ( ou a não ter limites), enfim, desde pequenos nossa história começa a
ser construída através do nosso aprendizado.
Cada um possui uma história de vida, com aprendizados
diferentes. O contexto social vai moldando cada um, e mesmo duas pessoas
estando em um mesmo lugar, em uma mesma cultura, poderá aprender de maneira
diferente.
Em um relacionamento isto pode ser um problema, pois duas
pessoas com histórias de vida diferentes começam a conviver juntos, e não estar
dispostos a ter um novo aprendizado, pode gerar conflitos.
Estar disposto a aprender não significa anular tudo o que já
aprendeu, mas acrescentar novas maneiras, que poderão fazer com que o casal
conviva em um ambiente agradável, ao invés de sempre estarem brigando com suas
diferenças.
Para ter uma harmonia, é necessário saber qual o seu limite
e o limite do outro, ou seja, saber ceder, aceitar, mas também saber que
precisa mudar. O casal só conseguirá ser feliz a partir do momento em que os
dois se conscientizarem de que um pode aprender com o outro, e não acontecendo “competições”
sobre quem é o melhor (muito comum acontecer).
Sempre digo aos meus pacientes que é necessário ter uma
balança imaginária. Esta balança será importante para refletir sobre o que realmente
é importante, quais são as prioridades de cada um, ou seja, o que “cobrar” ou não
do outro. E este outro, olhar para esta “cobrança” não como um fardo, mas como
algo positivo que pode ser melhorado, pois se algo realmente é importante, mas não
fala, este outro jamais vai saber, deixando a pessoa que não diz insatisfeita. Lembre-se, ninguém possui uma “bola
de cristal”.
Com isso, devemos não apenas olhar a situação com “nossos
olhos”, com o nosso aprendizado, mas conhecendo a outra pessoa, se deixar olhar
com os “olhos do outro”, pois nem sempre o que é importante para um, pode ser
para o outro, e quando o casal não se coloca na situação um do outro, fica
difícil compreender esta importância, sendo deixada de lado. E para que haja
uma mudança, é preciso achar realmente importante a queixa, mesmo tendo
aprendido de maneira diferente. Aí está o momento de aprender a ser diferente.
Ninguém consegue mudar ninguém, cada pessoa mudará se ela
quiser, se ela achar importante e necessário mudar.
Encontrar uma harmonia envolve compreensão, tolerância e
aprendizado. Mas lembre-se, não foque em apenas ensinar ou apenas aprender, deixe-se
ensinar e aprender.
Psi. Adriana R. de C. Visioli
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