Juntar as escovas de dente pode ser uma delícia, mas alguns probleminhas inoportunos podem atrapalhar. Contas, por exemplo, quem vai pagar o quê?
Gustavo Cerbasi, autor do livro "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos" (Editora Gente, 2004), ensina como casais apaixonados podem morar sob o mesmo teto sem desgastar a relação por causa das despesas. Primeiro de tudo, ele afirma que não se deve estipular vidas financeiras separadas. "Elas até podem coexistir por um tempo, constituindo um equilíbrio ilusório, mas é inegável que separar as contas é uma forma de simplificar as escolhas e diminuir os conflitos no curto prazo. Separar as finanças significa que cada um deve fazer suas escolhas de consumo, de presentes, de poupança para o futuro e de segurança", diz o profissional.
Escolher separar as despesas pode trazer consequências sérias para o relacionamento. "Com decisões individuais, o casal se constitui em dois indivíduos com, não apenas estilos de vida diferentes, mas também com níveis de poupança e segurança diferentes. Com o passar dos anos, essas diferenças se acumulam, resultando em dois padrões de vida diferentes coexistindo sob o mesmo teto. Casais, no geral, deveriam reconhecer que o casamento parcial é um erro", explica Gustavo. O administrador afirma que, nessa situação, um dos dois se torna uma pessoa frustrada, que não consegue acompanhar o ritmo do outro, gerando mais frustração.
Gustavo deixa claro ainda que não falar sobre o assunto é um dos maiores erros, já que, dessa forma, o casal só adia as discordâncias. "Para evitar problemas financeiros na família é preciso jogar aberto, conversar sobre dinheiro e sobre sonhos e anseios individuais. Isso pode criar discordâncias no início, mas é clara a tendência de que, com o tempo, aprendemos com os erros e fazemos pequenos ajustes nos planos para comportar também os sonhos de quem amamos", pondera.
A recomendação é que o casal sempre converse sobre a vida financeira e entenda que ela deve ser uma só. "Se tiverem contas separadas, que sejam duas contas conjuntas e com decisões sobre elas tomadas pelos dois. A renda do casal deve ser tratada como única, constituída pela soma da renda dos dois. Sonhos da família e sonhos individuais devem ser tratados com o mesmo grau de respeito e dedicação, e o casal deve dar as mãos para, com sacrifícios de ambos, conquistarem o maior número de sonhos ao longo de suas vidas", ensina Gustavo, também autor de outros livros como "Dinheiro - Os segredos de quem tem" (Editora Gente, 2003).
Quem está começando a aventura a dois e não sabe por onde deve seguir, o profissional mostra o caminho. "A dica é estabelecer prazos para que o casal assuma níveis crescentes de união financeira. Nos primeiros doze meses de união, todas as contas comuns são divididas meio a meio e o casal contribui igualmente para um fundo de escolhas do casal (como férias, presentes a amigos e decoração da casa)", sugere o profissional.
Para o segundo ano, as divisões sofrem um pequeno ajuste. Metade da renda deve ir para uma conta conjunta e o restante continua sendo dividido do mesmo jeito que o primeiro ano. "Essa atitude faz com que o casal pratique a ideia de orçamento conjunto".
Já no terceiro ano, Gustavo diz que o ideal é o casal decidir, em um acordo conjunto, o que fazer com toda a renda. Dentre essas decisões, uma quantia deve ser separada e dividida igualmente para as despesas individuas, como se fosse uma mesada, possibilitando o mesmo padrão de consumo para ambos. "Esse processo de união fará muito sentido quando um dos dois perder o emprego ou quando a mulher se vir obrigada a se afastar do trabalho para cuidar de um filho recém-nascido, por exemplo". Vale a pena tentar.
Tissiane Vicentin (MBPress)
Adorei
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