A maconha é certamente um produto polêmico. Defensores e acusadores trocam benefícios e desvantagens da planta há anos. Porém, segundo novas pesquisas, os usuários masculinos da maconha deveriam mesmo repensar seu consumo, pois uma das consequências pode ser disfunção sexual.
Os estudos sobre o tema são às vezes de baixa qualidade, mas uma nova revisão de pesquisas sobre saúde sexual e maconha produziu resultados mais sólidos, como a conclusão de que o pênis contém receptores para o ingrediente ativo da maconha, o que sugere que os homens fumantes correm riscos de encarar a disfunção.
O histórico dos estudos nessa área é contraditório. Os cientistas começaram a estudar a maconha e o sexo em 1970. Alguns pesquisadores descobriram que a cannabis parece ter o efeito de uma droga do amor. Em 1982, 75% dos fumantes de maconha alegou em um estudo que a droga reforçava suas vidas sexuais.
Enquanto isso, outro estudo do mesmo ano descobriu que a disfunção erétil era duas vezes mais comum em usuários de maconha. Outros estudos ainda sugerem um efeito dose, em que pequenas quantidades de maconha têm pouco impacto sobre a disfunção sexual, mas maiores quantidades produzem menos ereções.
Porém, todas essas pesquisas são cheias de falhas. Nenhum dos estudos utilizou técnicas de medição validadas ao examinar a função sexual dos homens. As perguntas usadas poderiam distorcer as respostas, como poderia a própria droga. Por exemplo, os 39% de homens que disseram que a maconha prorrogou o sexo pode apenas ter experimentado os efeitos da droga que alteram a percepção do tempo.
Já um estudo de 2010 que descobriu receptores de tetrahidrocanabinol (THC), ingrediente ativo da maconha, no tecido do pênis de cinco pacientes do sexo masculino e seis macacos é preocupante.
Segundo os pesquisadores, esses receptores estavam principalmente na musculatura lisa do pênis. Estudos de laboratório adicionais sugerem que o THC tem um efeito inibitório sobre o músculo; um efeito sério sobre a função erétil, já que o músculo liso constitui 70 a 80% do próprio pênis.
A opinião dos especialistas é que faltam estudos clínicos, pesquisas controladas com placebo que analisem os efeitos da maconha em ambos curto e longo prazo. A partir disso, os resultados mais confiáveis poderão se transformar em campanhas de conscientização.
Por Natasha Romanzoti em 15.02.2011 as 22:11
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