Pílula + cigarro: uma "bomba" que pode detonar sua saúde
O fumo é considerado hoje a principal causa de mortalidade possível de prevenção no País. Dados do Ministério da Saúde apontam que no Brasil 18,8% da população brasileira é fumante – cerca de 22,7% dos homens e 16% das mulheres. Mas apesar de o tabagismo fazer parte da vida de várias pessoas, são elas as vítimas em potencial. Mulheres fumantes devem ter cuidado redobrado na combinação das substâncias tóxicas do cigarro com o uso da pílula anticoncepcional, já que fazer o uso combinado dos dois pode se transformar em uma armadilha perigosa para a saúde.
O cigarro por si só já é suficiente para representar riscos ao organismo, ele é associado à doenças como bronquite crônica, enfisema pulmonar, câncer de pulmão e de boca, entre outras doenças. Além disso, sua composição prejudica o sistema cardiovascular.
O anticoncepcional, por sua vez, também é responsável por gerar modificações nesse sistema. Dessa forma, a junção dos dois pode resultar em consequências graves. "O uso combinado do contraceptivo oral com o cigarro aumenta o risco de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças arteriais", alerta o médico ginecologista Marcelo Carvalho Mendonça, de Londrina.
Segundo Mendonça, o estrogênio - substância presente na maioria das pílulas - contribui para a formação de placas nas paredes dos vasos sanguíneos, que aumentam a incidência de infartos e AVCs. Como o cigarro também tem a mesma ação, o uso das duas substâncias ao mesmo tempo torma-se uma verdadeira "bomba-relógio".
Mas não são só os anticoncepcionais de uso oral que representam riscos à saúde da mulher fumante. Mendonça explica que todo anticoncepcional estrogênico é perigoso se combinado ao tabaco. "Seja oral, vaginal, transdérmico (sob a pele) ou injetável, não importa. Todos fazem mal se aliados ao cigarro. Apesar disso, entre os citados, a pílula é campeã no fator de risco, pois passa pelo fígado logo após sua absorção, o que causa mudança nos fatores de coagulação", esclarece o médico.
A situação fica ainda mais grave depois dos 35 anos, já que, de acordo com o médico, a partir desta idade os riscos aumentam em até 15 vezes. Uma alternativa às mulheres fumantes é optar por métodos de barreira, como diafragma, DIU ou mesmo a camisinha (masculina ou feminina). Para as que não abrem mão da pílula, o ginecologista recomenda o uso de medicamentos à base de progestágeno, que são menos prejudiciais.
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